faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

Open Healthcare: a nova força da mudança no setor de saúde

Article-Open Healthcare: a nova força da mudança no setor de saúde

open health (1).jpg
Por Fernando Arditti, Vice-presidente e Gerente-Geral na América Latina da WSO2

Nunca falamos tanto sobre saúde quanto atualmente. A pandemia colocou o setor no centro de todas as atenções, afinal, se trata de um interesse de todos. E também abriu espaço para a necessidade de mudanças que tornem a operabilidade e a tomada de decisão mais eficientes quando o assunto é saúde. Assim, depois do Open Banking e do Open Insurance, estamos no caminho de mais um setor que irá transformar a maneira de processar, compartilhar e usar dados: essa é a proposta do Open Healthcare.

Similar aos outros segmentos, o objetivo do Open Healthcare é integrar dados de forma segura e com consentimento do usuário. Isso estimula a competitividade, além de facilitar o acesso e a troca de informações entre instituições de saúde públicas e privadas. 

E o Open Healthcare não vem sozinho. Na verdade, faz parte de um movimento de modernização e transformação tecnológica da medicina, como os recursos de inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT), que já são realidade.

Imagine que um paciente concorde em compartilhar os dados de saúde de seu relógio inteligente direto com o clínico geral. Usando big data e inteligência artificial, o sistema aplica um modelo preditivo para analisar as aferições do usuário e identifica um padrão atípico, enviando um alerta ao médico. Ele encaminha o paciente a um especialista, que, por sua vez, visualiza o prontuário digital completo do paciente - da mesma forma que o plano de saúde, que têm as informações necessárias caso seja preciso autorizar um exame ou procedimento específicos. Ter acesso a informações dos pacientes de maneira rápida, completa e padronizada tem impacto direto na decisão clínica e na agilidade do atendimento. Além de possibilitar que as empresas ofereçam um serviço de saúde personalizado. Incrível, não é?

FHIR: o protocolo API-first por trás do Open Healthcare

O principal fator que permitirá colocar o Open Healthcare em prática é o FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources), que traz o conceito de APIs, sigla em inglês para Interface de Programação de Aplicativos, para o setor de saúde. O novo protocolo estabelece um padrão para a troca de informações médicas, para que possam ser lidas em qualquer sistema, agilizando a interoperabilidade e o compartilhamento de dados em um ambiente seguro.

Hoje, os prontuários médicos e o registro eletrônico de saúde (EHR) não seguem um padrão nem são compartilhados, mantendo as informações sobre nossa saúde em silos. O protocolo FHIR aumenta a usabilidade de dados médicos de forma transparente e precisa. Isso pode representar, ainda, processos mais fluidos, que diminuem tempo e custos, e novas oportunidades de negócios. 

Nos próximos anos, provedoras de saúde, planos e governos no mundo todo terão que atualizar seus sistemas e bases de dados para estar de acordo com o FHIR. Para fazer isso, contar com o apoio de empresas com experiência global em APIs e na adaptação de soluções Open para as normas locais será indispensável para uma transição sem ruído. 

Um parceiro tecnológico de confiança para cuidar de sistemas e processos de integração é uma escolha estratégica para que as organizações de saúde continuem focadas na principal atividade do negócio. E o melhor, alcançando os benefícios do Open Healthcare mais rápido.

Próximos passos do Open Healthcare

O conceito do Open Healthcare não surgiu da noite para o dia. É reflexo de mudanças acentuadas durante a pandemia, mas que já estavam em curso com a transformação digital e a busca por inovação em todos os setores, como a participação crescente dos pacientes em decisões médicas, a adoção da telemedicina e outras inovações e a colaboração público-privada no setor. Aqui estão alguns números que ajudam a enxergar o cenário atual:

Segundo levantamento recente da Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefícios), 81% dos brasileiros preocupam-se com o acesso a cuidados médicos. Ter um plano de saúde é considerado uma conquista, assim como ter um imóvel ou um veículo;

Globalmente, a Deloitte aponta que os consumidores estão ajudando a acelerar o ritmo da inovação na saúde: 80% provavelmente farão consultas virtuais (telemedicina) mesmo depois da pandemia;

A mesma pesquisa da Deloitte diz, ainda, que a população está usando tecnologia para monitorar a saúde e as atividades físicas e solicitar receitas médicas, principalmente; e que as organizações precisarão construir estratégias para que eles sintam confiança para compartilhar essas informações.

Assim como no caso do Open Banking, quem atua no setor de saúde precisará educar os cidadãos sobre o valor que o novo sistema aberto traz para melhorar a qualidade de vida de todos. E, enquanto o Open Healthcare ainda não tem data obrigatória para entrar em vigor no Brasil, esse é o momento certo de iniciar a jornada de transformação, fora e dentro do universo do seu negócio.

Não se fala sobre outra coisa sem ser saúde. E, agora, é hora de nos prepararmos para o futuro. O Open Healthcare significa mais oportunidades e benefícios para todos, principalmente para a população, que poderá contar com os recursos necessários para cuidar melhor da própria saúde, prevenindo doenças ou atuando rápido em momentos de crise.