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A personalização do atendimento e a longevidade mais saudável

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Cuidar da pessoa e não da doença. Este é o princípio que deveria nortear todo o cuidado com a saúde, pois é inegável a diferença que um atendimento próximo dos profissionais da saúde com os seus pacientes tem para a prevenção de doenças e o maior bem-estar das pessoas. Papel esse que a Atenção Primária à Saúde (APS) representa com grande relevância ao disponibilizar médicos de família, aquele médico para chamar de seu, além de uma equipe multidisciplinar. E a tecnologia vem escalando cada vez mais este contato direto, ágil e que propicia grande comodidade, e contribui significantemente para a personalização do atendimento.

Mas como podemos entender melhor o quanto isso é fundamental para a saúde da população? Segundo o IBGE, o índice de doenças crônicas no Brasil é de 52% (IBGE). Enquanto isso, um estudo de 2018 da Harvard University’s T.H. Chan School of Public Health descobriu cinco hábitos que poderiam prolongar a vida das pessoas em uma década ou mais: zero tabagismo, consumo limitado de álcool, dieta saudável, atividades físicas, peso saudável. Ou seja, cuidados e orientações simples já podem ajudar e muito, e um médico acompanhando a jornada de saúde do paciente pode mudar o jogo.

Quando levamos em conta o aumento da população idosa no mundo todo - só no Brasil seremos 68,1 milhões de cidadãos acima dessa idade em 2050, segundo a ONU - o atendimento personalizado, mais próximo e que evite doenças crônicas será fundamental. Mas temos muito o que percorrer ainda. A pesquisa Longevidade Carioca, realizada pela Leve Saúde e pela consultoria Hype50+ na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com pessoas com mais de 55 anos, revelou por exemplo que este público demonstra pouca "preparação para o envelhecimento" e para a prevenção de doenças crônicas por meio da adoção de hábitos saudáveis. Metade dos entrevistados entre 55 e 64 anos admitiu nunca ter se preocupado com uma rotina de cuidados preventivos com a saúde. Este percentual é ainda maior entre as pessoas com 65-74 anos (61%) e 75 ou mais (60%). Entre os entrevistados, 57% dos cariocas entre 65 e 74 anos se avaliam com saúde boa ou ótima, mesmo que alguns sejam portadores de doenças crônicas como hipertensão e colesterol. Na faixa dos 55-64, este percentual sobe para 63%, enquanto que na dos 75+, o total é de 41%.

O papel da tecnologia na personalização

A tecnologia é a grande potencializadora do movimento de personalização do atendimento, encabeçado por healthtechs com propostas de tornar o contato com os pacientes mais próximo. Por meios digitais, é possível um acompanhamento preventivo e preditivo. Para tudo isso, temos a telemedicina, o contato via aplicativos de mensagem, chatbots, agendamento digital de consultas e inteligência artificial. É o médico de família dos novos tempos, mantendo o contato frequente e o conhecimento sobre a saúde das pessoas, mas usando recursos digitais para mais agilidade no atendimento e mais comodidade para os pacientes.

Em vez de mitigar danos causados por uma doença ou condição médica, devemos usar as plataformas digitais, machine learning e Inteligência Artificial que temos à disposição para prevenir riscos e ajudar a escolher os melhores procedimentos e tratamentos. Estas são ferramentas poderosas para os profissionais e têm o potencial de melhorar ainda mais o setor. Quando se alia esses elementos a planos de saúde com redes próprias de atendimento, chega-se a um nível de personalização completo, que contempla atendimento digital, uso de algoritmos para melhores decisões e encaminhamentos, e atendimento presencial e multidisciplinar sempre, usando os dados coletados para auxiliar o entendimento sobre as as condições de saúde do paciente.

Esse formato de ecossistema de Saúde deverá ser a norma global daqui em diante. Não por acaso, a visão de Futuro da Saúde da Deloitte, com mudanças amplas e significativas previstas para serem implementadas até 2040, já indica que dados, tecnologia e ciência são as chaves para agir proativamente, por meio de mais troca de dados, interoperabilidade, plataformas abertas e seguras, e crescente interação com os pacientes ou beneficiários. E o investimento em soluções em nuvem, que possibilitam quase todo o acesso e compartilhamento de dados, se tornou prioridade para executivos da área de saúde, como mostra o relatório Digital Health Technology Vision 2021 da Accenture: 66% dos entrevistados disseram que pretendem investir nessa área em 2022 e 96% até 2024. 

Estamos prestes a ver uma mudança incrível na área de Saúde nos próximos anos e os primeiros passos em direção a essa visão de futuro já estão sendo dados. Todas estas inovações trarão insights para mais avanços no segmento. E, o mais importante, trarão mais qualidade de vida à população.