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Quando o digital nos faz mais humanos

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*Por Catia Duarte e Marcio Ramos

Transformação digital é a expressão onipresente nas organizações atualmente. Todos falam a respeito, querem fazer e buscam diferentes formas de aumentar o seu investimento em novas tecnologias e em como utilizá-las de maneira estratégica para atingir os objetivos de negócio.  

Na área saúde, a evolução que já vinha acontecendo se acelerou nos últimos dois anos em decorrência da pandemia da Covid-19, que impôs diversas mudanças em processos e interações entre diferentes públicos. Consultas via telemedicina, monitoramentos a distância, aplicativos para facilitar diagnósticos, foram muitas as ferramentas que se instalaram na rotina de milhares de pacientes e profissionais de saúde.

Segundo o relatório Accenture Digital Health Technology Vision 2021, 81% dos executivos de saúde de seis países, entre eles o Brasil, afirmam que o ritmo de transformação digital de suas organizações está acelerando, e 93% relatam que estão inovando com um senso de urgência e apelo à ação.

Mas, na ânsia de aumentar seus recursos tecnológicos e a digitalização de seus serviços, muitas empresas se esquecem de uma fórmula simples: a inovação é feita por pessoas para pessoas.

Todas as novas plataformas e recursos são apenas meios, instrumentos que as organizações da área da saúde podem utilizar para atingir um objetivo maior, que é melhorar e ampliar a expectativa de vida das pessoas. E para fazer isso não há outro caminho a não ser se aproximar dos pacientes, ouvi-los e transformar a sua experiência no sistema de saúde.

Nos últimos anos, os pacientes deixaram de ser um dos pilares da indústria farmacêutica para assumirem um papel central, de protagonistas. Com a popularização das redes sociais, a comunicação se torna mais transparente e acessível, possibilitando um maior engajamento, tanto do próprio paciente, como também dos diferentes agentes envolvidos nesse ecossistema, como indústria, associações de pacientes, influenciadores e formadores de opinião, por exemplo. Mas não basta investir no digital apenas para parecer inovador. É necessário buscar soluções tecnológicas realmente vantajosas para pacientes e para o sistema de saúde.

Se a sua organização começou há pouco a trajetória da transformação digital, mas não há clareza se vocês estão no caminho certo, dê um passo atrás e responda: como esse investimento vai se refletir em valor agregado para a sociedade?

Um exemplo desse valor agregado são as novas estratégias de acesso aos medicamentos. Na Novartis, instituímos um novo modelo de acesso guiado por três princípios: atender às necessidades das populações desassistidas através de pesquisa e desenvolvimento, melhorar ainda mais a acessibilidade aos nossos medicamentos e fortalecer os sistemas de saúde.

É uma mudança que demanda muita dedicação de pessoas e tecnologia, pois sabemos que as soluções devem ser personalizadas e escaláveis, incluindo programas de suporte ao paciente, modelos comerciais sustentáveis e de projetos e iniciativas que contemplem necessidades não atendidas da população brasileira.

Uma das soluções de impacto social com ótimos resultados é a ferramenta que desenvolvemos para o diagnóstico de psoríase, uma doença autoimune, inflamatória e não contagiosa, que causa lesões de pele, mais comumente em adultos jovens. Hoje, é comum que o paciente passe em diferentes especialidades, como clínico geral, dermatologista, reumatologista, até conseguir o diagnóstico adequado.

A Novartis criou uma solução digital de triagem que faz perguntas mais assertivas e ajuda o paciente a entender melhor sua situação e a identificar os sintomas. A partir daí, as informações são encaminhadas para os profissionais de saúde de uma forma estruturada. É algo simples, mas extremamente eficaz, que ajuda a acelerar o diagnóstico em aproximadamente 80%.

Na prática, isso significa mais qualidade de vida e bem-estar para os pacientes, além de otimização de custos para o sistema de saúde. A demora no diagnóstico causa em ônus orçamentários para o sistema público e privado, como a realização de exames desnecessários ou duplicados.  Ao otimizar os custos para o sistema, garantimos sustentabilidade, propiciando mais acesso aos serviços de saúde.

E quando se fala em sustentabilidade do sistema de saúde, vale o resgate do modelo triple win: uma estratégia eficaz que busca estabelecer uma relação harmônica entre os três principais elementos do ecossistema de saúde: pacientes, indústria e a sociedade, por meio de abordagens, serviços e políticas duradouras que trazem benefícios para todas as partes. O triple win amplifica o papel da indústria farmacêutica no ecossistema de saúde, ao mesmo tempo em que envolve a perspectiva dos pacientes em todas as áreas do negócio.

Considerando esse direcional estratégico, temos buscado nos aproximar das associações de pacientes com psoríase e artrite psoriásica para entender seus desafios e necessidades. Por meio da educação para a atenção básica, nossa ideia é contribuir para diminuir a jornada desse paciente no sistema de saúde.

Há quatro anos assumimos um compromisso público com pacientes e cuidadores a partir de uma nova forma de trabalho, na qual nossos objetivos serão conduzidos juntos com os pacientes e para os pacientes, assim como seus cuidadores. O compromisso foi desenvolvido com inputs de mais de 40 associações, representando mais de 200 milhões de pessoas.

Os pacientes esperam ser incluídos em mais processos que estão diretamente relacionados às suas jornadas, e isso contempla o diagnóstico, acesso ao tratamento certo no tempo certo, e até mesmo o momento do desenvolvimento de um medicamento. E a transformação digital já mostrou a sua capacidade de contribuir com esse desafio. Está claro para nós que somente trabalhando juntos, pessoas e tecnologia, indústria e pacientes, podemos melhorar a vida das pessoas.


*Catia Duarte é Diretora de Comunicação e Engajamento com Pacientes na Novartis Brasil e Marcio Ramos é Diretor de Dados, Digital e Inovação na Novartis Brasil.