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Quando termina o conceito de responsabilidade social e começa o de ESG?

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O entendimento de que ações em prol do meio ambiente, da sociedade e de boas práticas de governança pode trazer benefícios financeiros para a empresa distingue os conceitos e torna o tema atrativo para a alta direção

A Responsabilidade Social Corporativa já é um conceito bem estabelecido em Saúde. Pautar as relações com fornecedores, pagadores, médicos e pacientes pela ética, destinar corretamente os resíduos, tendo consciência do grande impacto ambiental do setor, e buscar causar efeito positivo na sociedade são alguns dos imperativos do negócio.

A boa conduta de indústrias e instituições traz ganhos para a imagem da marca e ajuda a conquistar clientes. Porém, com a ascensão do conceito ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança, o tripé que deve nortear a gestão de companhias sustentáveis), percebemos que as empresas responsáveis e atuantes em suas comunidades podem ter ganhos ainda maiores.

Quando os pilares ambiental, social e de governança deixam de ser uma preocupação somente das áreas de Marketing ou de Recursos Humanos e passam a, de fato, compor a estratégia de negócios, os retornos se tornam mais palpáveis.

Ações coordenadas, que se guiam por uma estratégia sólida de ESG, evitam riscos jurídicos, como o de condenações ambientais ou trabalhistas. A boa governança e um sólido compliance inibem práticas anti-éticas que podem levar empresas e profissionais a serem acusados de corrupção ou fraude. E, na área financeira, o cuidado com o meio ambiente também pode reduzir custos, com uma gestão mais racional de recursos e economia de energia ao utilizar fontes renováveis, por exemplo.

Porém, mais do que reduzir e mitigar, precisamos pensar também em ganhar. Quando o ESG está no core business, as empresas ficam mais atentas às oportunidades de desenvolver novos negócios, enquanto atuam de forma positiva para resolver as grandes questões sociais, ambientais e de governança. A estratégia passa, então, a ser utilizada para aumentar a geração de valor. E é esse salto de perspectiva que diferencia a responsabilidade social do ESG.

Se a companhia tem capital aberto, isso fica ainda mais evidente, como mostram os fundos dedicados ao ESG ou investimento de impacto, motivados pela resiliência das empresas que adotam a prática no longo prazo.

A percepção de que não há progresso em negócios desconectados da sociedade começa a ficar mais clara, seja porque o mercado consumidor se encolhe sem boas oportunidades de emprego ou com extrema pobreza, seja porque a diminuição dos recursos naturais encarece a operação, ou porque a falta de governança coloca a perenidade da empresa em risco ou a expõe a riscos legais.

As métricas para identificar empresas que, de fato, praticam o ESG e também para medir monetariamente o impacto das ações ainda carecem de padronização, mas esse aspecto está evoluindo. Órgãos como a Financial Conduct Authority,  do  Reino Unido, a International Financial Reporting Standards Foundation e a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) trabalham para definir os pré-requisitos para que um fundo de investimento  seja considerado aderente ao ESG. Seus exemplos devem se tornar referências também para empresas de capital fechado.

Independentemente de sua estrutura societária, a mensagem que fica é: constância, transparência e o entendimento de que a geração de lucro está atrelada ao cuidado com as pessoas e o planeta serão fundamentais para a viabilidade e perenidade do negócio.