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6° FILIS reúne lideranças da saúde para discutir disrupção na medicina diagnóstica 

Article-6° FILIS reúne lideranças da saúde para discutir disrupção na medicina diagnóstica 

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A sexta edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS) aconteceu nesta quarta-feira (24), em São Paulo.

A sexta edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS) aconteceu nesta quarta-feira (24), em São Paulo. Promovido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), o evento teve como macrotema “A Medicina Diagnóstica na Disrupção da Saúde”, com uma programação composta por três módulos de debates sobre aspectos regulatórios, econômicos e de inovação e futuro, além de dois palestrantes internacionais e a entrega do 4º Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, que este ano homenageou o médico, professor e pesquisador Dimas Covas. 

Aspectos regulatórios da inovação em saúde

No primeiro conteúdo da manhã, o fórum trouxe o primeiro dos três módulos, focado na regulação do sistema. Abrindo as discussões do dia, o debate “Ecossistema: A reinauguração da Saúde e seus impactos regulatórios” recebeu Ana Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Paulo Rebello, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Renato Freire Casarotti, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (ABRAMGE).  A transparência foi um dos pontos chave da discussão, que também colocou em debate o acesso às tecnologias e os desafios dos indicadores de desfecho clínico. 

Desafios econômicos e o contexto da saúde no Brasil

Para discutir os desafios econômicos que a saúde enfrenta nesse momento, o painel “Obstáculos econômicos frente aos desafios atuais" recebeu Arthur Aguillar, diretor de Políticas Públicas do Instituto de Estudos de Políticas para Saúde (IEPS), Patricia Frossard, presidente Brasil da Philips, Roberto Santoro, CEO do Grupo Pardini; e Maureen Lewis, CEO da Aceso Global, palestrante internacional que abriu as discussões do bloco econômico com uma apresentação exclusiva. 

Economista e especialista em VBHC (Value-Based Healthcare, a saúde baseada em valor), Maureen Lewis trouxe um panorama dos principais desafios enfrentados pelo setor, agregando sua percepção e expertise ao debate. Durante a mesa redonda, a palestrante foi categórica ao afirmar que uma das questões mais centrais do segmento é a falta de uso de dados. “O uso de dados na gestão é essencial para medir e melhorar a qualidade dos sistemas. Essa é uma questão fundamental, que exige um novo enfoque na qualidade e que acaba permeando todos os desafios que observamos hoje”, apontou. 

Durante o painel, os especialistas convidados listaram desafios, possibilidades e cases relacionados ao acesso e ao posicionamento estratégico da medicina diagnóstica. Entre os pontos destacados, Frossard destacou que o paciente deve ser peça central no planejamento completo da cadeia.  "Temos uma tendência a esquecer a participação do paciente, o que inclui a educação dele. Ainda pecamos muito em comunicação,  principalmente de massa, quanto à orientação sobre quando e de que forma buscar o hospital, por exemplo. Isso se mostra fundamental: precisamos investir no conhecimento do paciente para que ele faça parte ativamente da melhoria da cadeia", defendeu a presidente da Philips no Brasil. 

Entre destaques de cases de sucesso, como Parcerias Público-Privadas e abordagens de governo e mercado, Santoro sinalizou a importância da medicina diagnóstica atuando em conjunto com a APS. "Sem a medicina diagnóstica, a APS não atinge seu potencial completo. Sabemos que os exames estão sendo feitos, mas não há uma ligação direta com a atenção primária, o que acaba dispersando o acesso.  Precisamos garantir que as áreas se integrem, porque o impacto da medicina diagnóstica na atenção primária é inegável", comentou. Complementando esse ponto, Aguillar reforçou a tese do equilíbrio geral: “O mundo está todo conectado e tudo afeta a todos. A saúde pública e suplementar interagem o tempo todo e é importante regular os sistemas levando isso em conta”, disse. 

Inovação e olhares para um futuro que já chegou 

Esteban López, líder do setor de Healthcare and Life Sciences Solutions Americas do Google Cloud, foi o palestrante internacional convidado a abrir o último bloco do dia, focado em inovação. Ele destacou que parte da missão do Google é acelerar a visão dos clientes, apontando que healthcare é um dos pontos focais da atuação da empresa globalmente. Entre as soluções compartilhadas, López citou as possibilidades uso da Inteligência Artificial, Machine Learning e Deep Learning no suporte à medicina diagnóstica. 

Ainda falando sobre as novas tecnologias em saúde,o módulo de inovação continuou com o painel “Inovação digital na humanização do cuidado”,  que recebeu Romeu Domingues, presidente do Conselho de Administração da Dasa, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Tommaso Montemurno, country manager da Bracco Imaging do Brasil; e Esteban López, do Google Cloud. 

Domingues apontou que, ao contrário do que se temia quando essas tecnologias começaram a surgir, a inovação vem para auxiliar o médico, não para substituí-lo. “A sustentabilidade da saúde é cada vez mais cara, então precisamos garantir que vamos errar menos e usar nossos sistemas com mais eficiência - isso passa, necessariamente, por utilizar a tecnologia no nosso dia a dia, dando suporte aos profissionais”, defendeu. Klajner completou: “O grande desafio é justamente utilizar todo o arsenal que temos à disposição, e sabermos quando e o que oferecer para cada paciente”, disse. Tommaso seguiu com as discussões, reforçando que a tecnologia ajuda a reduzir custos e a otimizar a operação. “A otimização libera recursos, sobretudo humanos, para servir ao paciente. Com tecnologia, as equipes se libertam da burocracia e dos problemas operacionais e podem direcionar sua atenção ao paciente, ocupando o centro da experiência”, disse. 

Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld

Na 4ª edição do Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, um reconhecimento aos profissionais da saúde que estimulam o desenvolvimento e a melhoria da saúde brasileira, o médico hematologista, pesquisador e professor Dimas Covas foi o homenageado do ano. O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, foi responsável pelo anúncio e entrega do troféu que representa a honraria. “Sem sua atuação frente ao Instituto Butantã, não teria sido possível iniciar o processo de vacinação no Brasil em tempo hábil”, defendeu Shcolnik. 

Também no palco com o presidente e com a Dra. Claudia Cohn, a Dra. Nydia Bacal, hematologista e viúva do Dr. Luiz Galvão, destacou as características do homenageado como um líder e gestor que demonstra uma inquietação científica inegável, reforçando que a homenagem também é um agradecimento pela atitude e postura demonstradas durante a crise da Covid 19. Listando suas experiências pessoais com os membros da família Rosenfeld e o impacto deles em sua trajetória, o homenageado agradeceu a premiação. “ É uma emoção enorme e uma satisfação imensa, que agradeço de todo o coração”, afirmou Dimas Covas durante a entrega do troféu. 

TAG: Coberturas