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CISS debate o poder das plataformas na saúde, na 28ª Hospitalar

Article-CISS debate o poder das plataformas na saúde, na 28ª Hospitalar

Crédito: Divulgação ciss.jpg
Com mais de 20 palestrantes e debatedores de dentro e fora do Brasil, encontro discutirá questões sobre estruturas digitais, que vêm sendo incrementadas com recursos tecnológicos, como chatgpt, IA, metaverso e robótico

O Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS) analisa em 24 e 25 de maio os problemas, soluções e desafios das plataformas digitais dentro da 28ª Hospitalar, o principal evento e plataforma de geração de negócios e networking do setor de saúde na América Latina. Sob o tema “O poder transformador das plataformas e seus impactos nos Sistemas e nas Organizações de Saúde”, mais de 20 especialistas vão debater os princípios éticos por trás da construção e operação das plataformas do setor de saúde, a importância da proteção dos dados dos pacientes, o papel da padronização de dados e dos dispositivos digitais para solucionar a fragmentação de informações do setor. A pauta irá abranger ainda novas aplicações de tecnologias como a inteligência artificial, o chatgpt, o metaverso e a robótica.

Ao longo de dois dias, os participantes poderão conhecer cases de sucesso como o super aplicativo do Sistema Unimed, que reúne num só espaço de relacionamento serviços de saúde, odontologia, bem-estar, finanças, venda de seguros e educação.

O CISS é uma realização da Hospitalar em parceria com a International Society for Quality in Health Care (ISQua) e a Organização Nacional de Acreditação (ONA). A coordenação científica é do médico Fábio Gastal, superintendente de Novos Negócios Seguros Unimed, diretor Acadêmico da Faculdade Unimed e presidente do Conselho de Administração da ONA. Para conferir a programação completa do CISS, clique aqui. Os ingressos para o congresso podem ser adquiridos pelo portal da Hospitalar.

O petróleo do século 21

O coordenador científico do CISS 2023 acredita ser oportuno colocar as plataformas em discussão porque boa parte delas funciona como verdadeiros conglomerados digitais, que oferecem num mesmo dispositivo uma série de serviços. “Da mesma forma que, no século 20, tivemos o capitalismo da indústria petrolífera e os grandes conglomerados de petróleo, no século 21, temos os grandes conglomerados digitais, que obtêm parte de seus lucros com a venda dos dados das pessoas”, complementa. Como o setor trabalha com informações sensíveis, ele acha importante se discutir se os conglomerados seguem princípios éticos adequados à área de saúde.

Segundo Fábio Gastal, os desafios neste campo são múltiplos, a começar pela falta de definição de um modelo de saúde digital. “Temos algumas iniciativas do Movimento Brasil Competitivo e do Governo Digital, mas a execução propriamente dita não aconteceu”, avalia. Por causa deste vácuo, os conglomerados digitais estão planejando atuar na área de saúde. “Eles perceberam que isso pode ser um grande negócio para as suas plataformas, que já oferecem outros serviços”, ressalta. Por isso, o Sistema Unimed optou por criar sua própria plataforma, cuja gestão é feita dentro da filosofia cooperativista.

Sociedade conectada

Para o professor das faculdades Einstein e Unimed e da FGV Management e um dos palestrantes do CISS, Marcelo Smarrito, a discussão sobre as plataformas de saúde é urgente porque as empresas têm de acompanhar a dinâmica de uma sociedade conectada. Embora ressalte a importância da segurança dos dados dos pacientes, acredita que o vazamento de informações pode ser coibido pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). E defende que as plataformas de saúde - mesmo as geridas por grandes empresas – sejam homologadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Marcelo Smarrito expressa grande preocupação com o conteúdo das soluções digitais das empresas de saúde, em especial das operadoras de saúde, hoje voltadas principalmente para fornecer dados sobre os serviços prestados para os doentes. Com a experiência de quem já acelerou projetos de fintech, fitness tech, health tech, ele defende que as plataformas devam fornecer informações para as pessoas saudáveis que são, basicamente, as que sustentam a Saúde Suplementar. “Elas precisam falar coisas boas: cuidados com a saúde mental, prática de exercícios físicos e dicas de alimentação saudável, viagens e livros”, afirma.

Fragmentação de dados

O médico Fábio Gastal vê nas plataformas digitais um excelente instrumento para resolver a fragmentação de dados do setor. “Imagina ter um sistema com todo o histórico de saúde, consultas, exames, procedimentos cirúrgicos de uma pessoa? E o médico, na hora da consulta, conseguir ler o prontuário completo antes de iniciar a anamnese?”, indaga. Para ele, a concentração de dados resultaria na economia de tempo e recursos gastos em consultas e exames.

O presidente da Sociedade Brasileira de informática em Saúde, médico da Oncologia D’Or e um dos palestrantes do CISS, Antonio Carlos Lira pensa que a desfragmentação só ocorrerá quando a estrutura de dados for padronizada. “Uma vez que houver a uniformização, profissionais de diferentes áreas da saúde poderão inserir suas informações nas plataformas” explica. Para ele, a interoperabilidade precisa ser construída de forma coletiva com abrangência nacional ou até internacional, a exemplo da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID).

O médico informa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já criou a estratégia de saúde digital, uma espécie de roteiro de estruturas internacionais de padronizações com um capítulo específico para informação de saúde. O objetivo é favorecer a troca eletrônica dos dados contidos nos registros dos pacientes. Segundo Lira, o Brasil já vem estruturando há alguns anos as premissas desta estratégia. “E a gente acredita que, com a criação da Secretaria de Saúde de Digital no Ministério da Saúde, esse trabalho deve ganhar mais força “, pondera.

Antônio Carlos Lira adverte que o primeiro desafio é a incorporação pela cadeia de saúde dos padrões já estão estabelecidos do ponto de vista técnico. O segundo é convencer os construtores de softwares da área de saúde a adotarem esses padrões. “Precisamos fazer essa tarefa de forma contínua, porque o trabalho é árduo. São muitas padronizações e não pode haver descontinuidade na construção da plataforma digital em saúde”, conclui.

Serviço – Hospitalar 2023

Data: 23 a 26 de maio, das 11h às 20h

Local: São Paulo Expo (1,5, Rod. dos Imigrantes - Vila Água Funda, São Paulo, Brasil)

Programação: Clique aqui

Credenciamento: Clique aqui