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O que a inteligência artificial pode fazer de diferente (e melhor) pela auditoria de contas

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O potencial da IA é enorme, podendo resultar não apenas na otimização e padronização de dados e processos, mas principalmente em mais qualidade no atendimento ao paciente

"A inteligência artificial (IA) tem um enorme potencial para fortalecer os cuidados de saúde e ajudar todos os países a alcançar a cobertura universal dos serviços", afirmou Soumya Swaminathan, médica pediatra, cientista-chefe e líder da Divisão de Ciência da Organização Mundial da Saúde (OMS) no relatório Ethics and Governance of Artificial Intelligence for Health - na tradução, Ética e Governança da Inteligência Artificial na Saúde.

O documento, desenvolvido por uma equipe de 20 especialistas, trata sobre o papel crítico que a IA pode desenvolver no setor, gerando benefícios em diversos aspectos: diagnóstico e atendimento clínico, aprimoramento em pesquisas com foco em saúde e desenvolvimento de medicamentos, e implementação de políticas de Saúde Pública, como monitoramento de doenças, resposta a surtos e gerenciamento de sistemas – para citar apenas alguns dos exemplos apontados pela OMS no relatório.

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A inteligência artificial aplicada à auditoria de contas médicas

As inúmeras melhorias se estendem à auditoria de contas, atividade crucial de qualquer instituição prestadora de serviços de Saúde, a partir da automatização de tarefas e, consequentemente, otimização da rotina dos auditores. Mais do que isso, a inteligência artificial se tornou um recurso estratégico  à gestão hospitalar e financeira.

"Não faz mais sentido um auditor ficar contando agulha e seringa para um determinado procedimento, ou medicamento", alerta a consultora e palestrante em Auditoria em Saúde Luciane Mandia, fundadora da LRMG Realidade em Auditoria. "Mas, muitas vezes, até por falta de entendimento no processo ou na assistência, não se faz isso de forma automatizada", adiciona a especialista.

A evolução da auditoria de contas médicas com o uso da inteligência artificial inclui a possibilidade de parametrizações e, por exemplo, montagem de "kits" para cirurgias. Ou seja: tudo aquilo que será necessário para uso em um determinado procedimento, incluindo materiais e equipamentos em centros cirúrgicos, já seriam pré-determinados. "Uma vez que a tecnologia participa de tal processo, sequer é necessário ter um auditor para fazer esse tipo de checagem", ela explica.

A automatização da auditoria de contas também pode envolver o cadastro - que, segundo Luciane, "é um dos maiores problemas que temos hoje". Essa frente engloba todos os itens que necessitam de um padrão para preenchimento de dados hospitalares – de insumos a padrões de nomenclaturas e até mesmo preços.

Um profissional de valor

De acordo com dados do 2º Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, desenvolvido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, quatro em cada seis mortes registradas a cada hora e decorrentes de "eventos adversos graves" – que são ocasionados, entre outros fatores, por erros, falhas assistenciais ou processuais e infecções – poderiam ser evitadas.

Ou seja, toda a tecnologia aplicada à automatização de auditoria de contas médicas poderia contribuir para a redução dessas falhas evitáveis, justamente por dar ao profissional técnico especializado o tempo necessário para focar em análises mais complexas. "O auditor tem uma demanda muito grande de trabalho, e ela é majoritariamente administrativa. Ao adotar a automatização de auditoria de contas, esse profissional mais técnico e caro fica livre para fazer o que ele realmente precisa fazer", argumenta a especialista.

Para Luciane, o auditor poderia ter, hoje, um papel mais estratégico dentro das instituições, focado na verificação dos processos práticos aplicados aos pacientes. "Vejo o auditor como um profissional que deveria acompanhar o processo à beira leito, muito mais do que focado em contas, pois ele é um colaborador muito caro para fazer apenas esse tipo de análise administrativa".

Ao garantir que os processos executados pela assistência estejam corretos, consequentemente os hospitais conseguem agregar maior qualidade aos atendimentos e mitigar ou mesmo eliminar riscos derivados de práticas incorretas, como aplicações de medicamentos com dosagens erradas, uso incorreto de equipamentos e infecções.