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Se Roma não foi construída em um dia, o hospital do futuro também não será

Article-Se Roma não foi construída em um dia, o hospital do futuro também não será

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Transformar um edifício hospitalar tradicional em uma construção inteligente tem muitas variáveis, mas pode-se fazer a transição em etapas, considerando as características originais da estrutura

Novos edifícios hospitalares já vêm sendo concebidos com todas as tecnologias necessárias para que sejam construções inteligentes, com sistemas interligados e total automação de operações. Mas o que acontece com edifícios em uso, com infraestrutura tradicional, cujos sistemas funcionam em silos? Eles podem, sim, se enquadrar no conceito de Smart Building, desde que sejam feitas adaptações adequadas.

A transição, é bem verdade, não é tarefa simples, nem acontecerá de um dia para o outro. Até porque hospitais precisam funcionar 24 horas por dia, sem interrupção para reformas. Então, para modernizá-los, é primordial considerar todas as restrições, como o funcionamento contínuo. Além do mais, é difícil definir um tempo de conclusão dessa transformação, pois há diversos fatores que fazem um hospital ser considerado um Smart Building. A automação, por si só, não é uma condição, e, sim, o uso integrado da tecnologia e da infraestrutura de maneira a ser mesmo inteligente.

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Smart Building: passo a passo da construção do edifício hospitalar do futuro

“A grande maioria dos edifícios hospitalares no Brasil inteiro é antiga e precisa muito se atualizar. Arquitetura e Engenharia são atividades demoradas, pois os edifícios, quando são bem feitos, permanecem por muitos anos, porque possuem um ciclo de vida longo. Temos hospitais com mais de 100 anos que funcionam com boa manutenção e operação. A pandemia ajudou a acelerar a evolução, mas os hospitais são semelhantes aos corpos humanos: não nascem adultos, precisam de tempo para crescer, amadurecer e se tornarem inteligentes, assim como precisam de manutenção constante para manter a saúde”, conta Eleonora Zioni, coordenadora do curso de Arquitetura Hospitalar do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

Planejamento consistente

Todas as etapas da modernização têm de ser bem planejadas com uma empresa especializada. Para tanto, uma avaliação global do edifício deverá trazer um diagnóstico. Segundo Eleonora Zioni, são analisados itens como segurança estrutural, segurança contra incêndios, segurança para uso, estanqueidade, conforto térmico, acústico, lumínico, saúde e higiene, qualidade do ar, funcionalidade, acessibilidade, durabilidade, manutenção e impacto ambiental. Esses são sistemas indicados na norma brasileira de desempenho ABNT NBR 15.575.

Dentro do processo de diagnóstico, é importante fazer medições sobre gastos do hospital, como energia, água, gás, entre outros. Esse passo é fundamental para entender o cenário como um todo e ajudará a definir prioridades na jornada de renovação da infraestrutura.

Com a avaliação em mãos, é possível listar e classificar os itens necessários com níveis de risco e previsão de transformação em curto, médio e longo prazo. Esses documentos, então, serão utilizados pelas pessoas que tomam decisões no hospital, auxiliadas pelas equipes de Facilities, Engenharia e Arquitetura, para elegerem os planos de intervenção adequados ao orçamento e ao cronograma.

Plano piloto

Iniciar a atualização de um edifício a pequenos passos, em uma espécie de fase de testes, é viável. Pode-se começar, por exemplo, com o controle de manutenção para que, quebrando uma peça, o sistema já abra uma ordem de serviço automaticamente. Ou, então, pela iluminação, com ações que visem redução de gastos de energia.

Mas é sempre bom lembrar que as configurações de sistemas devem ser de ponta a ponta e que a possibilidade de ampliação da estrutura inteligente deve ser considerada. É importante ter um planejamento a longo prazo para que essa adequação aconteça e que esse projeto seja bem elaborado, com o intuito de evitar desperdícios no meio do caminho.

Outro fator a ser levado em conta é que o projeto deve ser, idealmente, alinhado com a gestão do edifício e não com pessoas, para que mudanças de plano, feitas eventualmente por novos integrantes da equipe, por exemplo, não representem um prejuízo à instituição.