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Competência: um elo que falta na corrente da qualidade de vida

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Artigo demonstra que falta de qualidade e baixo nível educacional ainda impedem o Brasil de ser mais competitivo e inovador

Recentemente, participei de um evento denominado de Seminário ABQ Qualidade Século XXI, promovido pela Academia Brasileira da Qualidade. Há muitos aspectos em cada uma das apresentações que poderiam fazer parte de uma reflexão aprofundada, mas opto por relacionar um aspecto que me pareceu ser comum a todas as apresentações: há ainda elevada deficiência de competência em qualidade e gestão quer seja nas organizações ou em pessoas. Evidentemente trata-se de uma observação pessoal a respeito.


O professor João Mário Csillag, presidente da ABQ, mostrou que as mudanças e inovações acontecem a uma velocidade estupenda e que é preciso o Brasil desenvolver rupturas, invenções, produtos, patentes e processos para se colocar no patamar dos países desenvolvidos. A ruptura tem como alicerce a capacidade de gerar e armazenar conhecimentos (think tank) e criar empreendedores. 


A conclusão foi que a causa fundamental da baixa competitividade e falta de inovação que nos impede de sermos, de fato, um país maduro, com riqueza e pessoas com qualidade de vida, está na falta de qualidade e, em última instância, no baixo nível educacional. Essa deficiência nos impede de atender com qualidade os principais aspectos básicos ao desenvolvimento (saúde, segurança, educação e gestão) e a um IDH de destaque. É incrível que passados mais de 30 anos do início do movimento da qualidade no Brasil tenhamos problemas de qualidade que seriam típicos de iniciantes.

Já o acadêmico Claudius D’Artagnan falou de forma límpida que o nível tático das organizações está deficiente. Esse nível de gestores, supervisores, coordenadores, normalmente é demandado a desempenhar como líder sem ter sido preparado para isso. Denomina esse profissional de gerente bilíngue por ter que falar a linguagem da administração e das operações, sem tropeço.


Com Nigel Croft entendemos a evolução da família ISO, que está se tornando menos prescritiva e mais integrada a gestão organizacional e ao negócio, exigindo que a organização tenha maior discernimento quando a sua forma de aplicação, segundo o contexto em que se insere. Ora, para uma organização ter maturidade no discernimento e agregar valor, de fato, com a implementação da ISO, deve ter capacitação elevada em gestão da qualidade. 


Por fim, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter abordou os esforços que têm sido despendidos na melhoria da gestão do setor público que tem sob sua gestão cerca de 40% do PIB. Ressaltou a importância da sintonia entre governança e gestão e das tecnologias de gestão, enfatizando que a sustentação do atendimento às necessidades sociais, tais como educação, mobilidade urbana, Logística, Segurança e Saúde (Clamor das Ruas em julho de 2013) passam pela aplicação das tecnologias de gestão no setor público, incluindo o terceiro setor. Assim, vemos que a competência em gestão é uma carência na administração pública para que ela possa satisfazer as necessidades das partes interessadas, quer seja os cidadãos, sociedade ou organizações. 


Comparando com o que vemos nos EUA, por exemplo, nos eventos e feiras internacionais promovidas pela ASQ (American Society for Quality), percebemos o quão distante estamos no Brasil do aprofundamento e valorização de conhecimentos. 


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*Eduardo V. C. Guaragna, membro da ABQ e diretor da QUALI Treinamento & Certificação e do PGQP

No Brasil, a QUALI Treinamento & Certificação, joint venture do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) e ASQ, criada há pouco mais de dois anos, vem capacitando pessoas e preparando-as para os exames a sua certificação profissional em áreas da qualidade. Um passo ainda pequeno, mas, com certeza, na direção correta.