A utilização do 5G em centros cirúrgicos foi tema da palestra do professor Ricardo Zugaib Abdalla, do HCFMUSP, na tarde do segundo dia do HIS – Healthcare Innovation Show. O professor detalhou o case de parceria InovaHC, Claro e Embratel.
Ele deu início à sua apresentação contando que foi em 2008 que a robótica entrou nos centros cirúrgicos, deixando claro os benefícios da tecnologia nas intervenções. “Até, então, a cirurgia dependia integralmente do médico cirurgião, sendo um dos processos mais artesanais na medicina. Mas com a robótica ficou explícito o ganho de segurança na aplicação de protocolos durante o ciclo cirúrgico”, comentou.
O Professor Zugaib explicou que a robótica é a padronização do processo cirúrgico e a viabilização de um alcance muito maior no atendimento de indivíduos ao redor do mundo. “Sabemos que em torno de 5 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a cirurgias seguras. A robótica poderia ser aplicada para acessar essas pessoas. O Sistema Único de Saúde (SUS) registra um represamento de mais de 1 milhão de intervenções pendentes; a tecnologia nos permite ganhar escala e desafogar todo o sistema. Na experiência que tive no Instituto do Câncer, conseguimos realizar 550 cirurgias a mais com a utilização da robótica, além de treinamento de cirurgiões”, contou.
5G na saúde
A conclusão do professor é que o 5G associado a robótica funcionaria como um integrador e um potencializador das intervenções, além de uma ferramenta poderosa para a formação e especialização de novos médicos.
“O 5G poderia nos ajudar viabilizando a transmissão de todos os dados gerados sobre o paciente no centro cirúrgico para especialistas remotos, possibilitando que eles interfiram durante a operação. E como, já foi dito, permitiria o treinamento e especialização de médicos que hoje não têm acesso a essa evolução. Ao automatizar processos, a robótica libera o médico cirurgião para outras demandas nas quais sua expertise é ainda mais preciosa e necessária e, também, para observar o paciente em sua totalidade. Podemos vestir a tecnologia sem perder a humanização”, concluiu.