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Elevação dos custos assistenciais preocupa cadeia de saúde suplementar

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Operadores de saúde e prestadores de serviço compartilharam suas visões sobre o tema no HIS - Healthcare Innovation Show

A elevação expressiva dos custos assistenciais em decorrência da pandemia da Covid-19 e as expectativas para os próximos anos foi uma das temáticas de destaque do segundo dia do HIS - Healthcare Innovation Show, evento voltado para a saúde e inovação. O painel “Gestão de despesas assistenciais: alinhamento entre regulação, prestador e fonte pagadora” abordou como a cadeia de saúde suplementar sofreu nos últimos dois anos com uma matemática complicada, que envolve a perda de mais de 300 mil beneficiários no ápice da pandemia em 2020 e, a partir do ano passado, a alta das despesas assistenciais.  

Do ponto de vista dos operadores, o superintendente executivo da Bradesco Saúde, Paulo Prado Jr., compartilhou uma visão pessimista sem previsão de melhora para 2023. “As operadoras de planos de saúde registraram o primeiro prejuízo de R$ 600 milhões no primeiro semestre deste ano e a perspectiva é piorar no segundo semestre. Não enxergamos a curto e médio prazo uma melhora no cenário atual”, disse. Ele acredita que o alinhamento do mercado em torno de uma solução em conjunto é o caminho para sair da situação atual e que o atendimento deve privilegiar o paciente, suas necessidades e demandas, além de buscar as melhores ações para entregar isso.   

Para avaliar a questão sob o ponto de vista dos prestadores de serviço, o painel contou com o diretor presidente de Operações do Hospital Care, Fábio Fraga, e o diretor executivo do Hospital Samaritano de São Paulo, Maurício Jordão. Eles destacaram o novo normal pós-pandemia com a mudança no padrão de assistência médica, que aumentou o ticket médio de cada paciente. Existe um desequilíbrio nos atendimento de pronto-socorros, por exemplo, com o percentual de pacientes com doenças mais graves, superando aqueles de baixa complexidade. Esse paciente mais grave demanda um custo maior nos recursos utilizados no dia a dia (exames, insumos, etc.).  

E qual a solução? 

Os painelistas apontaram o que consideram essencial para alinhar e otimizar a gestão das despesas assistenciais entre todos os envolvidos neste processo, operadores de saúde e prestadores de serviços. Para Fraga, iniciativas de colaboração e plena confiança entre prestadores e as operadoras são necessárias para a sustentabilidade do setor. “Temos que transformar os hospitais em ferramenta de serviço público, com a prestação de serviço assistencial focada em uma melhor entrega para os pacientes”, disse. 

O diretor executivo do Hospital Samaritano de São Paulo afirmou que entre as ações necessárias estão esgotar o desperdício de insumos e acabar com as indicações de procedimentos e tratamentos desnecessários ou que possuem alternativas que apresentam os mesmos resultados, mas com custos mais baixos. “No curto prazo, acredito que essas são as duas questões prioritárias”, afirmou.  

Já o superintendente executivo da Bradesco Saúde alertou que um novo modelo de atenção primária à saúde e educação dos pacientes sobre prevenção e cuidados poderá modificar o cenário que temos hoje. “Com uma mudança cultural, teríamos uma saúde melhor sob a ótica dos pacientes”, finalizou.  

2023 

O setor da tecnologia dedicada ao setor da saúde tem um encontro presencial marcado para o ano que vem: a próxima edição do HIS - Healthcare Innovation Show acontece nos dias 20 e 21 de setembro de 2023, no São Paulo Expo, na capital paulista.