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"Baixa confiança gera burocracia": evento de Ética na Saúde discutiu o futuro do setor

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Summit 2023 reuniu executivos de toda a cadeia de valor da saúde e encerrou a Semana da Ética, promovida pelo Instituto Ética Saúde

O Ética Saúde Summit 2023, realizado no dia 4 de maio, pelo Instituto Ética Saúde (IES) em parceria com o Centro de Estudos em Ética, Transparência, Integridade e Compliance (FGVethics), levou para a mesa de debates a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público (MP), Congresso Nacional, toda a cadeia de valor da saúde – fabricantes, importadores, hospitais, laboratórios e sociedades médicas – e a academia.

As palestras internacionais foram com o especialista em Comércio e Integração no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Rodrigo Contreras Huerta, e com o secretário executivo da Coalizão Interamericana de Ética Empresarial no Setor de Tecnologia Médica, Andrew Blasi. Também participou a diretora do UNODC (escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) no Brasil, Elena Abbati.

O presidente do Conselho de Administração do IES fez uma contextualização da cultura ética no Brasil, da conjuntura econômica atual e dos custos da saúde e da corrupção na área. “A baixa confiança gera burocracia. E na saúde, o papel do Instituto Ética Saúde é ser um agente para promover a coordenação horizontal, para colocar todos os elos da cadeia conversando e criando padrões que sejam menos custosos e mais eficientes. Assim poderemos remunerar melhor todos os segmentos envolvidos”, defendeu Eduardo Winston Silva.

 “Muito mais do que punir, o objetivo é estarmos mais preparados, com ações corretas e baseadas na ética, principalmente em educação e conscientização das novas gerações. Por isso estamos reunidos para discutirmos como construir um futuro mais seguro e sustentável na área da saúde”, afirmou o diretor de relações institucionais do Instituto Ética Saúde, Carlos Eduardo Gouvêa, dando início aos debates.

Na palestra “Combate à Corrupção, Defesa da Transparência e Implantação de Programas de Integridade: Peças Fundamentais para um Futuro de Ética e Integridade na Saúde”, o Rodrigo Contreras Huerta, do BID, apresentou o Diálogo de Negócios das Américas (ABD), uma rede do setor privado para a elaboração de políticas de negócios na região, com mais de 450 empresas e associações de vários setores. Segundo ele, os pilares do relatório apresentado na Cúpula das Américas em 2022 são governança democrática inclusiva e forte, que contém recomendações e ações relacionadas a transparência e integridade; recuperação; e resiliência.

As três mesas de debate – mediadas pelas professoras da FGV Lígia Maura Costa e Ana Maria Malik, e pelo médico sanitarista, fundador e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina – contaram também com a presença de representantes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed), Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi), Interfarma, Associação Médica Brasileira (AMB), Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial (CBCTBMF), Associação Brasileira de Medicina Farmacêutica (SBMF), Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e Unidas Autogestão em Saúde. Os principais temas abordados foram dilemas éticos da atividade econômica e do profissional de saúde e a atuação na prevenção e combate à corrupção.

No encerramento, o secretário executivo da Coalizão Interamericana de Ética Empresarial no Setor de Tecnologia Médica, Andrew Blasi, destacou que muitos setores ainda não estão prontos para a Era da Transparência, “mas ela é essencial e vai chegar”. E citou quatro itens fundamentais para engajar ações coletivas em ética e integridade: valores alinhados, metas compartilhadas, construção de confiança e compromisso.

“Este engajamento e trabalho coletivo realizado no Brasil desde a criação do Instituto Ética Saúde, há sete anos, é refletido no nosso Marco de Consenso. Convido quem não assinou a fazer parte deste movimento”, finalizou Carlos Eduardo Gouvêa.