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Mesmo durante pandemia, quase metade das empresas não investiram na saúde mental de seus funcionários

Article-Mesmo durante pandemia, quase metade das empresas não investiram na saúde mental de seus funcionários

Mesmo durante pandemia, quase metade das empresas não investiram na saúde mental de seus funcionários

Realizada pela Vittude em parceria com a Opinion Box, pesquisa mostra os impactos da pandemia de Covid-19 na saúde mental dos profissionais no Brasil

  • 47% das empresas brasileiras não adotaram nenhum procedimento sobre saúde mental para seus funcionários.

  • 33% dos entrevistados pela pesquisa apresentaram insônia, e 33% tiveram crises de ansiedade após o início da pandemia.

  • 25% dos participantes do estudo sentem que suas empresas não estão preocupadas com o tema.

  • Apenas 11% das empresas oferecem terapia pelo plano de saúde.

  • Apenas 28% dos entrevistados afirma se sentir confortável em conversar com o RH de sua empresa.

A Vittude, empresa referência em psicologia online e saúde emocional corporativa, acaba de concluir um estudo inédito, realizado em parceria com a Opinion Box, empresa de pesquisa de mercado Chamada de “Saúde Mental em Foco”, a pesquisa apresenta um panorama sobre a saúde mental dos trabalhadores brasileiros durante o período de pandemia de Covid-19. O estudo ouviu 2.007 trabalhadores de todas as regiões do Brasil, a partir dos 16 anos de idade, durante os dias 14 e 19 de outubro.

Os dados mostram que o impacto desta crise de saúde pública não foi grave apenas na economia. Para 41% dos entrevistados, a principal sensação nos últimos meses é o “medo intenso de que alguém próximo ficasse doente ou morresse”. Trinta e três porcento apresentaram insônia e a mesma quantidade de pessoas sofreu crises de ansiedade após o início da pandemia.

Uma pesquisa da consultoria Willis Towers Watson, dos Estados Unidos, constatou que 3 em cada 10 trabalhadores no mundo todo sofrem com depressão, burnout e ansiedade em níveis severos. A realidade no Brasil não parece estar longe da média mundial.

Com a drástica mudança de rotina dos brasileiros, a saúde mental passou a se mostrar um ponto de atenção para os trabalhadores. Quase metade dos entrevistados afirma que deixou de fazer aquilo que lhes dava prazer, como atividades físicas ou de lazer. Para 33%, houve sobrecarregamento com o acúmulo de funções e 24% tiveram dificuldade de manter a rotina da casa funcionando.

Aproveitando o tempo e afastando informações negativas

Embora o momento seja desafiador, há quem tenha aproveitado o período a mais em casa, por conta da quarentena e isolamento social, para fazer bom uso do tempo extra. Um quarto dos entrevistados conta que passaram a se alimentar melhor desde o início do ano, e 23% sentiram que tinham mais tempo para cuidar de si. Outros 22% aproveitaram melhor o tempo com os filhos ou filhas e 18% se dedicaram a aprender uma nova atividade ou hobby.

Dentre as novas práticas adotadas para cuidar da saúde mental, uma chama atenção: 35% dos trabalhadores entrevistados diz que se afastaram de notícias ou quaisquer informações que pudessem lhes fazer mal. Ainda, 42% dos entrevistados acredita que as redes sociais contribuem diretamente para quadros de ansiedade.

A importância de cuidar da saúde mental também virou assunto nos últimos meses. Para os entrevistados, o tema passou a ter a relevância que lhe é devida após o início da pandemia. 62% das pessoas passaram a entender mais a importância de cuidar da saúde mental durante este período. Para 57% dos entrevistados, a sensação é de que serão pessoas melhores do que eram antes deste acontecimento histórico.

Trabalho e produtividade

Participaram do estudo profissionais de diversos segmentos, desde funcionários de multinacionais até pequenos negócios e serviços públicos, do comércio e até profissionais da área da saúde que trabalham na linha de frente do combate à pandemia.

Dos participantes, 32% ainda está de home office em tempo integral, e apenas 12% esteve em home office e já voltou para o modelo de trabalho presencial. O perfil de cada profissional também se mostrou bastante acentuado nos últimos meses, com as mudanças provocadas pela pandemia. Enquanto 29% sente que a produtividade piorou, 26% se sente mais produtivo atualmente.

Quanto à concentração e criatividade, as respostas também são diversas: 32% sentem que a concentração e o foco pioraram e 22% sentem que perderam a criatividade. Por outro lado, 25% viram o foco e a concentração melhorarem e 29% se sentiram mais criativos.

Preocupação das empresas

Agora, mais do que nunca, é papel das empresas oferecer aos funcionários um ambiente seguro, colocando a saúde mental dos funcionários como prioridade. Entre os profissionais entrevistados, 47% acreditam que suas empresas estão preocupadas ou muito preocupadas com a saúde mental dos trabalhadores.  A realidade é diferente para 25%, que sentem que suas empresas não estão preocupadas com o tema.

Sobre o comprometimento das companhias com a saúde de seus colaboradores, há várias iniciativas que foram adotadas nos últimos meses. Entre os principais procedimentos estão informativos trazendo cuidados com a saúde mental (23% das empresas), equipe psicológica ou de saúde (18% das empresas) e encontros presenciais ou virtuais sobre o assunto (17%). Apenas 11% das empresas oferecem terapia pelo plano de saúde. O dado preocupante, entretanto, é que quase metade ( 47%) das empresas não adotaram nenhum procedimento sobre saúde mental para seus funcionários.

Tratar de saúde mental ainda é um tabu, especialmente se levamos o assunto para o ambiente corporativo. E a prova disso são os dados da pesquisa: 50% dos entrevistados se sentem à vontade para conversar com um psiquiatra, ou psicólogo. Mas, se este mesmo profissional for indicado pela empresa, a porcentagem cai para 36%.

A porcentagem de funcionários que se sente à vontade para conversar com seus líderes é ainda menor: 33% se sentem confortáveis para conversar com seu líder direto, e apenas 28% quando a conversa é com o RH da empresa.