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Um terço do mundo descobre Home Care

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Um terço do mundo descobre Home Care
A assistência médica domiciliar como alternativa para manter grupos de risco no isolamento social.

A pandemia tem sido devastadora para a grande maioria das empresas. No entanto, para alguns segmentos de mercado a crise epidêmica emergiu com uma oportunidade de crescimento. Empresas farmacêuticas, serviços de teleconferência, provedores de vídeo-streaming, indústria de equipamentos médicos, serviços de telehealth e outros setores vão ser demandados como nunca. Mas existe um eixo mercadológico sanitário que foi arremessado à superfície de um dia para o outro: Home Care Business. Também conhecido como home-health-care, o negócio de assistência médica domiciliar, que já estava indo bem pelo aumento da expectativa de vida, foi guindado à bola da vez. Nos dois primeiros meses da epidemia, o coronavírus levou as empresas desse setor ao topo da demanda. Mas, obviamente, a maior parte delas não estava preparada para a escalada geométrica de interessados. Por outro lado, nas últimas duas semanas de março pairou uma nuvem de dúvidas sobre como será o setor de assistência domiciliar pós Covid-19, principalmente em função do inevitável contato pessoal que cuidadores e profissionais de saúde aportam usualmente no modelo de Home Care. Em tempos de isolamento social para maiores de 60 anos, como ficaria a engenharia do atendimento presencial?

Do recente fundo de 2,2 trilhões de dólares liberado pelo Governo dos EUA, não menos do que 100 bilhões devem pousar no solo da Cadeia de Serviços de Home Care. Orientar “que todos devem ficar em casa”, e, principalmente, que os idosos se recolham as suas residências porque não há leitos hospitalares disponíveis, passou a ser uma notícia de impacto para o setor de atenção domiciliar. Médicos, enfermeiras, terapeutas, assistentes sociais, cuidadores passaram a ser mais requisitados do que em qualquer outro momento da sociedade contemporânea. Se aos seus predicados profissionais juntarmos a proficiência de saber atender remotamente, ou seja, saber trabalhar utilizando as ferramentas de telemonitoramento, telediagnóstico, telecare, teleconsulta entre tantas outras, eles serão uma das mais requisitadas camadas de profissionais de saúde no Século XXI. 

Um exemplo é a britânica Cera Care, uma das mais atuantes empresas de home care do Reino Unido. O aconselhamento do governo para que oito milhões de pessoas com mais de 70 anos (12% da população) permaneça em casa e evite contato social desnecessário por pelo menos 12 semanas, incentivou a Cera a criar 10 mil novos empregos para ‘cuidadores residenciais’ (a empresa conta hoje com 2 mil colaboradores). Em seu site, ela informa que os contratados serão "treinados e certificados para esse objetivo”. Como várias outras organizações desse setor, a Cera quer aproveitar aqueles que estão perdendo seus empregos no varejo, hotelaria, viagens, limpeza, etc. A empresa, sediada em Londres, levantou US$ 70 milhões de fundos numa rodada liderada pela KairosHQ. O capital de risco adora o setor de saúde quando ele decola como um foguete à frente das outras indústrias de serviços. 

Com as casas de retiro sendo desaconselhadas e paralisadas pelo medo da Covid-19, todas as empresas de residence care se preparam para essa fase pandêmica, mas, principalmente, para identificar qual modelo de assistência doméstica deverá ser exitoso pós pandemia. Não importa muito quais orientações serão as mais saudáveis no futuro, o que importa é que home care deve até mudar de nome: remote-home-care. A remotelização, ou o atendimento à distância, vai invadir os lares de todos os usuários desse setor. O negócio de home care passará por um dos mais disruptivos processos de inovação da sua história (e olha que o negócio foi iniciado no século XIX). O desafio será não só em volume de novas tecnologias, mas na velocidade que elas precisarão ser implementadas. Afinal, em março de 2020, pelo menos 2,8 bilhões de indivíduos da população mundial já estavam vivendo sob algum tipo de restrição de circulação, onde a residência passou a ser o seu principal porto seguro. Um cenário propicio para alavancar definitivamente o setor de remote-home-care

Guilherme S. Hummel
Coordenador Científico - HIMSS@Hospitalar Forum 
EMI - Head Mentor