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Por que apostar em Diversidade e Inclusão na Saúde?

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Uma equipe que represente mais fielmente a população será capaz de trazer Inovação e atender melhor a diferentes perfis de clientes

Ainda lá em 2014, o Saúde Business já trazia uma reportagem com a consultoria organizacional Korn/Ferry sobre os benefícios de colocar a diversidade e inclusão na agenda do setor de Saúde. Os entrevistados pontuaram que a sociedade estava mais complexa e os perfis de cidadãos, mais distintos, o que demandava perceber a diversidade como algo que adiciona valor aos negócios.

Ao longo dos anos, as discussões sobre o assunto se ampliaram e novas análises respaldaram as vantagens de manter times diversos. O estudo "Diversity at Work", da consultoria BCG, mostra que empresas com um nível de diversidade e inclusão acima da média em sua pesquisa relataram que 45% de suas receitas vieram de produtos e serviços lançados nos últimos três anos. Por outro lado, a receita ligada à inovação em empresas com nível abaixo da média foi de apenas 26%. Outro estudo, realizado pela Deloitte em 2022, aponta que 90% dos participantes concordam que as práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão trazem benefícios e geram valor para os negócios, contribuem para a inovação, aumentam a retenção dos profissionais e melhoram a qualidade da força de trabalho.

Essas iniciativas, porém, andam devagar. Quando você faz o "teste do pescoço", de olhar para os lados e relatar o que vê, quantos médicos ou profissionais de liderança são negros, LGBTQIA+, mulheres ou pessoas com deficiência (PcD)? O próprio censo da Associação Médica Brasileira nos dá uma pista: apenas 3% de nossos médicos se declaram negros.

Outro ponto que destaca a falta de diversidade e inclusão na saúde são os inúmeros relatos de racismo, microagressões e até mesmo negativas de atendimento a segmentos da população, como os LGBTQIA+. E isso acontece mesmo com diretrizes estabelecidas, como a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, de 2022, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, de 2009, e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, de 2006.

Os pacientes das chamadas minorias também reclamam de não serem ouvidos, se sentirem julgados e receberem atendimento e explicações ruins nas instituições de saúde. Não adianta oferecer somente treinamento para reverter esse quadro. Aqui, a representatividade é fundamental: é  difícil entender a dor e as particularidades do outro, ou adaptar a abordagem para perfis diferentes de pacientes, quando as equipes não espelham a população atendida.

Se sua empresa de saúde quer ser capaz de responder às demandas deste presente e do futuro próximo, estimular a inovação, identificar e atender novos públicos de consumidores, precisará encarar o assunto de forma urgente e estratégica. Mais do que isso, deverá entender que a diversidade é só o primeiro passo. A real inclusão e equidade entre os colaboradores é ainda mais desafiadora. Mas isso já é uma pauta para a próxima coluna.