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O papel estratégico dos CIOs na transformação digital dos hospitais

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Ainda distante do ideal, executivos veem com otimismo a tendência de estarem alinhados aos negócios das instituições

A transformação digital nos hospitais é algo que veio para ficar. Mais do que as modernizações em ferramentas, uma nova mentalidade é necessária para pensar o negócio, fluxos e processos. Dentro desse cenário de mudança, qual é o papel que cabe ao CIO dentro das instituições? Essa nova visão foi discutida em um painel realizado pela Associação Brasileira CIO Saúde (ABCIS) e moderado pelo CO da HCor, Alex Vieira, durante a Feira Hospitalar.  

E o que muda? O CIO passa a ser uma figura estratégica dentro das organizações, capaz de alavancar essa transformação e ajudar a instituição a pensar novos negócios.  Mas ainda não é assim que eles estão sendo vistos, entre o ideal e o real, existe uma grande lacuna. 

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Painel: Alex Vieira, do HCor; Jorge S, da Dasa; Evandro Moraes, do Moinhos de Vento; Vilson Cobello Jr, do HC; e Ailton Brandão, do Sírio-Libanês. 

Para o CIO da Dasa Hospitais e Oncologia, Jorge Stakoviak, existe uma grande oportunidade de melhoria. “A minha visão é que ainda há uma lacuna. Se a gente falar que já chegou no patamar, não se desafia. Tem espaço para que seja estratégica, que o negócio reconheça a TI como meio, isso é uma evolução que a transformação digital traz, mas é mudança de mindset que precisa acontecer. Nos últimos dois anos tem mudado, não só pela pandemia, mas também porque o setor avançou. Agora a gente precisa aproveitar essa onda, surfar nela e cobrir esse gap. E ser cada vez mais estratégico, não ser só data center, a nuvem”, pontuou,

A visão é corroborada do ponto de vista de negócio, pois não adianta uma instituição querer ser digital, revolucionária e não colocar a TI na estratégia. “O momento é bem oportuno para embarcar tecnologia nos hospitais. O grande problema, como sempre, é o recurso. O bolso é sempre o mesmo. Na hora de definir o budget, o foco é médico assistencial. Hoje a gente está pressionado pela evolução da necessidade da transformação digital, de sair do quadrado tradicional”, analisou Evandro Luis Moraes, superintendente administrativo do Hospital Moinhos de Vento.

A TI no centro da estratégia

O executivo ainda salientou que este ano foi a primeira vez que o hospital colocou a TI no seu marco estratégico.  “Vivemos ciclos estratégicos no hospital que se renovam a cada cinco anos. Em 2023, foi a primeira vez que a gente colocou dentro do marco estratégico a TI.  Não adiantava cobrar ser uma instituição digital, revolucionária, e não investir. Essa é nossa crença. A cada ano a gente tem aumentado o capex de TI, me alinho com o superintendente médico, de não adianta cobrar modernidade, avanço, sem recurso e apoio. A enfermagem já respira a área de TI. A gente sempre quer mais, a gente quer muito mais, e as instituições têm que dar conta disso”, relatou.

No Hospital das Clínicas de São Paulo, o direcionamento sobre a tecnologia é cada vez mais estratégico. Estando no maior centro de saúde do País, e contando com parcerias estratégicas com grandes empresas, o complexo que conta com nove unidades, 21 mil colaboradores e com 200 pessoas na área de TI, entre terceiros e equipe própria, a área sabe da sua importância para o futuro da instituição. “O Hospital não é TI, mas a gente é importante, e depende do nosso poder de persuasão, relacionamento, e a gente consegue ocupar espaços grandes com tecnologia. O que nos cabe é conseguir deixar cada vez mais evidente isso, para brigar por uma fatia maior do bolo, eu puxo mais para a TI, mas economizo em outro lado”, ponderou Vilson Cobello Junior, CIO do Hospital das Clínicas de São Paulo.

No Hospital Sírio-Libanês, o digital e o uso de dados estão no centro das estratégias da instituição O planejamento feito em 2021 para os oito anos seguintes, que contou com a ajuda de uma consultoria internacional resultou nesse posicionamento. “Colocar o digital no centro do desenvolvimento, abrindo possibilidades para outros negócios, diversificando as operações da instituição. E isso foi tão forte que numa instituição a gente teve uma licença interna de criar uma vertical chamada Alma, para pensar o digital do futuro. E toda discussão que a gente tem nos leva a crer que tudo vai ser diferente. A instituição vai atuar fora dos muros. O cuidado começa na casa do paciente, e os dados já estão disponíveis, dentro de uma plataforma aberta com participação de parceiros de conseguir ter open health, e vai estar conectada com AI para ter cuidados customizados e orientá-lo em todas as fases de cuidado. Por isso que a gente da TI está na discussão de qualquer conversa estratégica dentro do hospital”, compartilhou Ailton Brandão, CIO do Hospital Sírio-Libanês. O próximo passa da instituição será abrir uma faculdade para o desenvolvimento digital dos profissionais de saúde.

Quando perguntados sobre os projetos que estão definindo a pauta dentro das organizações, o momento pode ser considerado de uma modernização. Atualizar os sistemas e pensar o digital com plataformas integradas, focando em melhorar o uso de dados e a jornada do paciente foi um ponto em comum. Assim como a segurança da informação que é cada vez mais crítica. O futuro já chegou.